Esta página do site do Grupo de Pesquisa “História Oral e Educação Matemática” tem a intenção de divulgar e comercializar alguns trabalhos produzidos por membros
do GHOEM. Para adquirir esses materiais ou obter maiores informações sobre eles, basta contactar os autores ou algum membro do GHOEM. Os livros adquiridos são enviados pelo correio.
Este é o primeiro livro eletrônico produzido pelo GHOEM. Seus capítulos são independentes mas mantém, de modo claro, a intenção
coletiva de investigar as possibilidades da História Oral para a Educação Matemática. Reúne, ao mesmo tempo, textos que são apresentações
de pesquisas já realizadas e ensaios cujos temas são as próprias concepções, procedimentos e fundamentações que subsidiam os exercícios de
pesquisa apresentados. Trata-se, portanto, de um mosaico de produções cujo objetivo é configurar um mapa de esforços voltados a analisar uma metodologia e a tornar
pública essa análise, visando a ampliar o quadro as interlocuções que tornaram esse livro possível.
GHOEM é a sigla de um Grupo de Pesquisa. As pessoas que fazem parte deste grupo de pesquisa são as mais diversas sob quaisquer aspectos.
GHOEM, entretanto, agrega alguns interesses básicos: é um grupo e História Oral que lida com Educação Matemática. Isso é
importante situar para um leitor desavisado que venha a tomar contato com algum texto deste livro e, ao lê-lo, indague: -Mas não fala de matemática?
A resposta para isso é que, para os membros do GHOEM, as coisas que fazemos têm em perspectiva a Educação Matemática.
Educação Matemática é a "nossa cidade", ela é algo que vemos uns nos outros e faz com que nos reconheçamos como
pessoas que possuem interesses em comum. A cidade é uma rede que favorece - ou não - as conexões entre pessoas. Para os surrealistas
os vasos comunicantes e os campos magnéticos renderam imagens fortes... pensar que uma pressão exercida em certo ponto leva a um deslocamento em
um ponto distante, ou pensar em invisíveis linhas de força que determinam deslocamentos... Como as pessoas se encontram? E o que elas têm a dizer umas às
outras? Neste livros, os textos relatam encontros e deslocamentos. Este livro é uma cidade...
A Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (CADES) foi criada durante o governo de Getúlio Vargas, a partir do Decreto nº 34.638, de 14 de novembro de 1953. Tinha por objetivos difundir e elevar o nível do ensino secundário brasileiro, ou seja, tornar a educação mais ajustada aos interesses e necessidades da época, conferindo ao ensino eficácia e sentido social, bem como criar possibilidades para que os mais jovens tivessem acesso à escola secundária.
Dos meados da década de 1950 até o final da de 1960, a CADES prestou serviços à educação brasileira gerenciando a realização de cursos de treinamento para professores do ensino secundário, jornadas de diretores, simpósios de orientação educacional, encontros de inspetores do ensino secundário, cursos para secretários de estabelecimentos de ensino e ainda promoveu a publicação de um número significativo de obras voltadas para a formação dos professores da escola secundária.
Em Textos e Contextos: um esboço da CADES na História da Educação (Matemática) são apresentados os resultados de uma investigação na área da História da Educação (Matemática), na qual o olhar se voltou para compreender as ações da CADES quanto à formação dos professores, com ênfase na disciplina de Matemática. Inicialmente, a obra traz considerações históricas sobre a CADES, localizando-a desde sua criação até a sua extinção, bem como a extensão de suas ações. Para isto, são mobilizados materiais bibliográficos e depoimentos de professores que tiveram envolvimento com a CADES. Dezenas de livros publicados pela CADES foram localizados em acervos de bibliotecas brasileiras, sendo organizada uma listagem com títulos, datas, autorias e indicações de localização. Em linhas gerais, são sintetizados os livros produzidos pela CADES para o ensino de Matemática. Há ainda a resenha das dezenove edições da Revista Escola Secundária, importante material de divulgação dos ideais da Campanha.
Este número temático da Revista Pesquisa Qualitativa foi elaborado a partir das interlocuções entre pesquisadores e o Grupo de Pesquisa “História Oral e Educação Mateática” (GHOEM). Com a intenção de estudar e conhecer as potencialidades da História Oral para uma região específica de estudos - a Educação Matemática - foram formadas parcerias com pesquisadores de várias áreas e instituições de várias naturezas - universidades, arquivos, centros de memória, museus. A intenção dessas parcerias sempre foi conhecer o modo com a História Oral vem sendo pensada e efetivada em diferentes domínios do conhecimento, abordando temas pertinentes a cada uma dessas distintas áreas, segundo o enfoque de cada um desses pesquisadores e instituições.
Trata-se da tese de doutorado de Ivete Maria Baraldi, com co-autoria de Antonio Vicente Marafiori Garnica, orientador do trabalho. O livro é composto por três volumes para permitir que o leitor escolha, ele próprio, a sequência de leitura. Assim, os volumes são independentes mas se complementam, cada um deles apresentando uma face da pesquisa que estuda a história da Educação Matemática - mais especificamente a formação e a atuação dos professores de Matemática - nas décadas de 1960 e 1970 na região de Bauru, estado de São Paulo. É, assim, um exercício de estilo que tenta manter, no impresso, as características de um hipertexto. Para a pesquisa, optou-se por mobilizar a História Oral (temática) como metodologia principal de investigação. Foram utilizadas fontes orais, na forma de depoimentos de professores de Matemática, e documentos escritos (revisão bibliográfica). Assim, são feitas considerações para uma configuração ”ampliada“ da noção de região e traçada uma configuração de base sobre a Região de Bauru, além de serem tratados, num esforço analítico, temas como a importância da ferrovia, a CADES, a Matemática Moderna, e a Lei 5.692/71, com o que se criam elementos que ajudam a esboçar os traços e paisagens anunciados no título da obra.
O livro é a tese de livre-docência de Antonio Vicente Marafioti Garnica, apresentada no ano de 2005 à UNESP de Bauru. É, de modo sintético, um estudo crítico sobre as potencialidades da História Oral para as pesquisas em Educação Matemática. Para compreender e avaliar essa potencialidade, o autor parte de um estudo sobre a hanseníase, desenvolvido a partir do depoimento de Seu Nivaldo Mercúrio, ex-hanseniano internado compulsoriamente no Asilo Colônia Aymorés, situado em Bauru (SP). Mesmo curado da hanseníase, Seu Nivaldo optou por permanecer na colônia que ainda hoje mantém, junto a um hospital de referência no tratamento de doenças da pele, alguns dos hansenianos que moravam na antiga colônia. A partir desse estudo, características específicas da História Oral são apontadas e analisadas. O livro se encerra com um ensaio sobre o ”professor caipira“, um tema mais diretamente vinculado à Educação Matemática por ter como foco o professor que ensinava Matemática no interior do estado de São Paulo. Este ensaio mobiliza vários trabalhos desenvolvidos anteriormente no Grupo de Pesquisa ”História Oral e Educação Matemática“, todos eles mobilizando a História Oral como metodologia principal.
Trata-se de um volume publicado pela Sociedade Brasileira de História da Matemática (SBHMat), resultado do minicurso ministrado no Seminário Nacional de História da Matemáica (SNHMat). É uma elaboração, na forma de um manual, sobre a História Oral (HO) como recurso metodológico para a pesquisa em Educação Matemática. Mantendo a característica de um manual, seus tópicos discutem a natureza e os fundamentos de alguns procedimentos ”próprios“ à HO, mas visa, ao fim e ao cabo, fugir da forma de manual, dado que o autor acredita que abordagens metodológicas não se restringem a movimentos procedimentais a serem executados segundo certas diretrizes. O livro está esgotado.
Um grupo de pesquisadores - o GHOEM - Grupo História Oral e Educação Matemática se propõe uma tarefa: elaborar um mapeamento (histórico) sobre a formação e a atuação do professor de Matemática no Brasil. Nesse projeto, um conjunto de estudantes e professores que se dedicam à investigação em Educação Matemática elege um tema (muito vasto), uma metodologia (a História Oral) e uma meta (a constituição de uma cartografia histórica referente ao tema). Enfatizemos os componentes do projeto: pesquisar a formação e a atuação de professores de Matemática no Brasil, ao longo do tempo, utilizando testemunhos orais, mas sempre recorrendo também às mais diversificadas fontes, e produzir atos ou efeitos de mapear, ou seja, de compor mapas. Formação e atuação de professores de Matemática no Brasil, testemunhos e mapas: a essa tríade e às relações que o GHOEM vem com ela estabelecendo são dirigidas as reflexões que compõem este texto.
7) Histórias da Formação de Professores, em Goiás e no Tocantins, em duas pesquisas empreendidas pelo GHOEM
Fernando Guedes Cury
8) Revisitando uma região: traços da formação de professores de matemática no interior paulista
Ivete Maria Baraldi
9) Um Grupo Escolar, um olhar sobre a formação de professores
Luzia Aparecida de Souza
10) A formação do professor das escolas comunitárias teuto-brasileiras da região de Blumenau (SC)
Rosinéte Gaertner
11) Centro de Educação Matemática (CEM): formação continuada de professores de matemática em São Paulo nos anos 1980 e 1990
Heloisa da Silva
12) Educar e colonizar
Ivani Pereira Galetti
13) Formação de professores de Matemática: o espaço das Escolas Técnicas Agrícolas
Maria Ednéia Martins-Salandim
Em 1805, Lacroix publicou seu Essais sur l'enseignement en general et sur celui des mathématiques en particulier, que teve duas edições posteriores ainda na primeira metade do século XIX. Esta versão, traduzida pela primeira vez, na íntegra, para o português, por Karina Rodrigues, é parte de um projeto de pesquisa do GHOEM para analisar obras antigas segundo um referencial metodológico específico: a Hermenêutica de Profundidade, cujas características estão apontadas na obra de John Thompson, sociólogo inglês. O livro tem posfácio assinado por Antonio Vicente Marafioti Garnica e Maria Laura Magalhães Gomes, que também fizeram a revisão geral do texto e são responsáveis pelas notas. Foi publicado na Coleção Clássicos, da Editora da UNESP.
Hermenêutica é uma palavra originalmente vinculada à interpretação de textos sagrados, à exegese. No século XVIII, porém, principalmente com Schleiermacher, a hermenêutica ganha formas de uma teoria da interpretação, desvincula-se do domínio da igreja, transfere-se para o âmbito da Filosofia e passa a ser vista como esforço para atribuir significado ao mundo. Compreender e interpretar passam a ser atos inseparáveis de um mesmo movimento, cíclico, de dar sentido às coisas. Hoje, falamos mesmo de uma hermenêutica de formas simbólicas, abarcando com essa expressão todas as criações humanas intencionais e não apenas os textos escritos, objetos por excelência das hermenêuticas clássicas. Este livro, entretanto, volta-se aos textos escritos - livros e legislações - relacionados à cultura escolar e, mais especificamente, à matemática escolar. Em seus capítulos os autores apresentam suas interpretações de algumas fontes históricas usando recursos de análise que fogem à mera descrição dos conteúdos de cada uma dessas fontes, visando, sim, à apreensão de como um texto se faz texto, como é elaborado, como é produzido, como circula e quais são os modos possíveis com que uma determinada comunidade se apropria das mensagens que essas obras, de um modo ou outro, pretendem comunicar, em meio às ideologias que cercam cada uma dessas produções.
“Euclides e Seus Rivais Modernos” foi publicado originalmente em 1879, por Charles Lutwidge Dodgson, conhecido internacionalmente como Lewis Carroll (1832-1898). O livro trata de aspectos da Geometria presente em Os Elementos, de Euclides, diante da polêmica alimentada nos meios matemáticos e escolares da segunda metade do século XIX, quando do surgimento de novos livros que contestavam e propunham a substituição dessa Geometria. Coube a Rafael Montoito, em sua tese doutoral, a tarefa da tradução pela primeira vez para a língua portuguesa por meio de um exame hermenêutico da obra, pautado pelos trabalhos de John Tompson e Gerard Genette. Como resultado, emergem três exercícios acadêmicos da maior relevância: a conjugação concreta do verbo traduzir; a análise de uma obra literária científica com fins acadêmicos e a valorização do itinerário de um intelectual criativo e inovador em sua relação pessoal e acadêmica com o seu tempo e a frente do seu tempo.
Inclui:
Prefácio à edição brasileira: Euclides, aliado de Alice, e seus rivais oitocentistas, por Antonio Vicente Marafioti Garnica
A topologia das palavras: um ensaio sobre Matemática e Tradução, por Rafael Montoito
Este livro propõe um diálogo entre diferentes manifestações narrativas sobre matemática e educação matemática a partir do tema estratégias de cálculo, advindas de diferentes comunidades de memória: a dos próprios participantes, a de textos memorialísticos, a de textos didáticos, a de pesquisadores e a de professores de matemática, atualmente, em serviço. Ressalta-se que a problematização histórica de aspectos ligados à formação e à atuação docente facilita a ampliação ou reconstrução do senso de tomada de decisão em situações de ensino de matemática ou do cotidiano por futuros professores.