O experimento visa mostrar que há
relação entre a força de atrito que age em um objeto
e o peso desse objeto.
Contexto
Pelo princípio da inércia,
um objeto em movimento tende a permanecer em movimento a menos que uma
força o pare. Imagine um carro se movendo em linha reta com velocidade
constante ao longo de uma pista plana. Em determinado instante o motorista
deixa de pisar no acelerador do carro e, através do câmbio,
"corta" a conexão do motor com as rodas ("ponto morto"). O carro
segue livre da força do motor que o impulsionava. Então,
pelo princípio da inércia, ele nunca pararia. Mas pára;
sem que bata, seja freado ou alguém o empurre. A força que
o faz parar vem do atrito do carro com o ar e com o chão. Visto
pelo microscópio, as superfícies do pneu e do asfalto são
rugosas como a figura abaixo mostra.
Figura 1
Entre as superfícies, pequenas
"soldas" acontecem nos pontos de contato. Cada "solda" faz surgir uma pequena
força contrária ao movimento do objeto (ou quando ele tenta
sair do repouso). Aquelas forças microscópicas somadas criam
uma força relevante. Esse tipo de força é comum pois
as coisas estão sempre em contato umas com as outras. Chamamos essas
forças que se opõem ao movimento de forças de atrito,
pois sempre fazem com que o objeto tenda a parar. É possível
sentir esta força enquanto tentamos pôr um objeto em movimento.
Como surge do contato entre as superfícies, essa força vai
depender apenas da natureza delas e do peso do objeto (já que quanto
maior a força que junta os dois objetos, mais "soldas" acontecerão).
É por isso que é mais fácil empurrar um guarda roupa
ou uma cômoda sobre um piso encerado do que num cimentado: o piso
encerado produz "soldas" mais fracas que o cimentado.
Idéia do experimento
Com uma caixa de sapatos, fita adesiva,
régua e elástico é fácil fazer um "medidor
de força de atrito". A idéia do experimento é descobrir
se a força de atrito entre a caixa e a mesa aumenta quando aumenta
o peso que a caixa aplica sobre a mesa. Para construir o "medidor" usa-se
a caixa de sapatos presa a um elástico, sobre uma superfície
plana horizontal (uma mesa serve). Na iminência do movimento (a caixa
está quase se movendo) a força que é aplicada é
igual a força de atrito (porque a caixa ainda está parada).
Nestas condições pode-se medir a intensidade da força
de atrito pela dilatação do elástico. Então,
se dentro da caixa estiverem dois livros iguais, o elástico alongará
o dobro do que alongaria se ali estivesse apenas um, caso a força
de atrito seja proporcional ao peso dentro da caixa. E é exatamente
o que acontece: a dilatação do elástico dobra quando
dobra o peso da caixa.
Tabela do material
Item
Observações
Uma caixa de sapatos
Um elástico
7cm (sete centímetros) são suficientes. Os elásticos
acahatados são melhores que os roliços para esse experimento.
Eles podem ser encontrados em lojas de armarinho.
Uma régua
Fita adesiva
Dois livros
Os livros devem ser aproximadamente iguais.
Montagem
Ponha a caixa de sapatos sobre uma
mesa limpa.
Prenda o elástico à caixa
com ajuda da fita adesiva.
Ponha um livro dentro da caixa e puxe
o elástico até que ele fique esticado (mas não distendido).
Faça uma marquinha no elástico com a caneta. Ela será
seu indicador.
Faça uma reta na mesa ao longo
da direção do elástico e marque, na mesa, o local
apontado pelo indicador.
Deslize a régua sobre a reta
(para que ela não atrapalhe o movimento da caixa) até que
ela marque zero centímetros na marca que você fez.
Puxe o elástico até o
ponto em que a caixa está quase se movendo. Neste momento meça
a dilatação do elástico.
Ponha o outro livro dentro da caixa
e repita a experiência.
Compare os valores.
Comentários
A superfície da mesa deve ser
uniforme.
Os livros podem ser substituídos
por outros objetos.
Baseado nas equações
da força de atrito e da lei de Hooke para molas, este experimento
se torna uma balança rústica.
Esquema de montagem
Figura 2
Projeto Experimentos de Física com Materiais do Dia-a-Dia - UNESP/Bauru